segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Antes arte do que nunca!

O tema que abordarei hoje é uma visão bem pessoal do que mais me inspira: a Arte! E, olha só, acabei de descobrir que é também um assunto bem complexo, por isso vou falar aqui da forma mais despretensiosa, como admiradora, mesmo. Não espere grandes reflexões, ok?

Tendo dito isso, lá vão algumas das minhas experiências com as artes em Londres.

Banksy sendo sarcástico em Portobello Market! 
Na verdade nem é preciso andar muito para achar arte. Os muros vestem arte, as vitrines das lojas vestem arte, os cafés, os bares, as pessoas... Você sente arte, respira arte e sonha arte! Ou eu sou a única louca? Enfim, vou começar logo por aquela que me encontrou: a street art.

Alexis Diaz and Elian collaboration. 
No segundo dia em Londres, quando fui comprar meu ingresso para o Citadel Festival e sem querer parei num dos bairros mais legais de Londres, o Brick Lane, fui logo surpreendida pelos grafites estampando e colorindo o cinza do east London. Esse ai de cima me chamou muito a atenção pelas cores/luzes sobrepostas (meio digital?) compondo com uma linda ilustração e resultando nessa atmosfera bem hypster. Fui pesquisar e descobri que foi uma colaboração de dois artistas. Olha que bacana o processo todo aqui.


Galeria de arte com algumas obras de Banksy e Stick.



Um bar com uma parede meio rabiscada.
 Foi incrível me deparar sem querer com tantos muros pintados, frases, cores, a intervenção de um artista por cima do outro! Amo street art porque é democrático, acessível, não cobra ingresso nem pede atenção. Mas a gente sabe que essa forma de expressão já foi vista como degradação de patrimônio público há não muito tempo atrás, e mesmo que hoje super aceito pela sociedade, ainda carrega esse ar de rebeldia e transgressão que eu adoro!

A fachada de um prédio com algumas flechadas. Não é demais?
E em termos de artista transgressor Banksy é meu preferido. Britânico, começou a pichar as ruas de Londres e Bristol nos anos 90 com seus famosos desenhos em estêncil, criticando a política, a sociedade, a guerra... Com certeza você já viu em algum lugar. (Não conhece? Vale a leitura nesse link. ) Gosto da subversão da sua arte e o seu anonimato torna tudo mais undergroud. O lugar era propício para adquirir um livro sobre ele: "Wall and piece." e assim o fiz.

Artes polêmicas de Banksy.
Outro grafiteiro que sou fã é o meu conterrâneo de bairro, Bailon. Acompanhei um pouquinho da sua trajetória profissional, sempre admirei e para mim é um grande orgulho ver seus pássaros tropicais dando vida às ruas de Shoereditch, Brick Lane, Cabeçudas e o mundo afora! Valeu Bob!

Spring Offering, by Sliks, Bailon e Jimmy C.
Já acostumada com toda essa arte pelas ruas, num outro dia de turista, saí para ver a troca da guarda, mas adivinha: perdi a hora! Braba, com a roupa errada num dia quente de Londres, me vi obrigada a mudar a programação para o dia e decidi que caminhar pela Queen's Way seria a melhor saída. O caminho repleto de bares e restaurantes fofos, fica às margens do rio Tamisa e para minha alegria é onde encontra-se o Tate Modern.
Esse museu estava no meu roteiro e foi uma surpresa quando percebi que eu teria um dia e tanto pela frente! O prédio é super moderno, fica em frente à Milenium Brigde, contrastando com a linda St Paul's Cathedral e o resultado é um show de arquitetura a céu aberto. Nota: lado bom de estar sozinha foi ter "perdido" um dia por lá!

Vista do Tate Modern: nada mal.
Vi de perto obras do famoso Andy Warhol e do surrealista Salvador Dali só para citar os meus preferidos! Depois de passar um bom tempo andando pelos corredores cheirosos desse museu incrível, me vi enlouquecida na livraria querendo tudo! Muito difícil a situação, gente! Com a libra valendo 5,20 reais (socorro!) me decidi e comprei um livro ilustrado sobre a história e loucuras de Salvador Dali! Muito fofo! Preciso fazer um post mostrando um pouco de cada um dos livros que adquiri -melhor investimento!

Feliz da vida com a obra de Andy: Marylin Diptych de 1962.

Auto retrato de Andy Warhol
Depois de ter visitado alguns dos museus obrigatórios de quando se faz uma viagem, já me considerava quase sabida do assunto. Que pretensão a minha! Então, Kristin, minha colega Texana, com seus tantos anos de experiência, me levou para seu pequeno tour de: "Como apreciar boas artes e bons vinhos" -não necessariamente nessa sequência.
Num dia, ela insistiu para que eu a acompanhasse na exposição da Agnes Martin - que eu nunca tinha ouvido falar- claro que não fiz a desfeita em recusar seu convite e fui!

A delicadeza em tons pastéis de Agnes Martin.

Me lembro de parar em frente à essas telas enormes e me deixar levar pelo "TOC" que Agnes sofria, traduzidos em traços retos e cores suaves. Nunca tinha sentido de fato uma sensação tão profunda ao ver uma obra de arte como essa, aparentemente "simples". Segundo a descrição da própria artista, as cores mudam dependendo da hora do dia. Para mim eram retratos perfeitos de pores-do-sol num dia de outono. Uma combinação de cores pastéis numa calmaria perfeita. Poderia morar num de seus quadros!

Mas nem tudo são flores em termos de arte. Minha nova amiga Kristin e eu caímos numa furada com a exposição "Decisions" de um tal de Carsten Holler. A exposição tinha esses dois tobogãs montados para o lado de fora da Hayward Gallery e fiquei super curiosa para ver por dentro, mas me decepcionei! Cogumelos gigantes, TV's que repetiam qualquer coisa, camas andando sozinhas... Eu juro que li a descrição de cada composição do artista, mas achei tudo bem sem sentido, e pegar fila para ver uma animação de uma floresta em 3D... Não colou! Sorry, wine time!

O tobogã que me seduziu!
Nessa minha primeira vez à London, faltou tempo para ver a exposição dos retratos da Audrey Hepburn no National Portrait Gallery, para visitar o Design Museum, o Fashion and textile Museum, e o British Museum (e provavelmente mais alguns que não estavam na minha lista). Pois é, agora me resta colocar essas inspirações em prática -a melhor parte! E aí, quando eu menos esperar a arte vai me achar novamente!

terça-feira, 25 de agosto de 2015

London being magic!


Estou escrevendo esse post há três dias e agora percebi que manter um blog não é fácil. Mas, na busca de registrar pensamentos e lembranças e torná-los inesquecíveis vou continuar o projeto com o tema Londres, como prometido, e o post de hoje falarei sobre os três momentos mais marcantes da minha viagem de 18 dias na terra da rainha:

#1 A chegada. Eu me lembro de estar tão nervosa no dia anterior do meu embarque que não conseguia nem comer! Minha barriga doía! Mas, também, não é para menos né? Eu estava programando essa aventura há pelo menos seis meses e seria minha primeira vez viajando sozinha! Depois de 14 horas dentro de um avião apertado, peguei o trem de Heathrow para Kings Cross e quando subi as escadas para o mundo "real" foi aquele choque! Deveriam ter filmado a minha cara, observando encantada os tijolinhos de St Pancreas e abismada com a quantidade de pessoas que passavam por ali.
Me perdi um pouquinho antes de me achar, e aí, segui minhas coordenadas: subi 1,6km na Pentoville Road em sentindo a Angel Station, achei a minha "casa" na River Street, deixei a mala de 20kg e troquei de roupa rapidamente. Voltei caminhando até Kings Cross e já com o Oyster Card em mãos, fui para o primeiro ponto turístico que me atraiu no mapa colado na parede do Undergroud: Westminister. Provavelmente peguei a linha circular amarela (a mais demorada) para chegar lá. Andei sem rumo, tirei umas fotos e curti o estilo da menina que apareceu na minha foto. 
Selfie na Horse Guard Road com a London Eye ao fundo.
Mas é claro que meu dia não acabou por aí! Como uma boa turista que sou, cheia de energia, vestindo tênis e roupas confortáveis, fui explorar! Dei uma passada na Trafalgar Square e fiz umas comprinhas antes que as lojas fechassem em Camden Town - estava muito curiosa para conhecer esse bairro alternativo e não podia esperar até o outro dia.
Trafalgar Square, as costas de Lord Nelson e o Big Ben lindão ao fundo.

Viajar sozinha é engraçado, você vai aonde der na telha. Eu até fiz um roteiro antes de embarcar, mas acabei não seguindo. Sou do tipo que não vê o trailer pra não perder a graça do filme sabe? Então fui para onde os ventos me levaram, explorando, ansiosa, curtindo aquele momento como se fosse o último, sem me tocar que era apenas o primeiro e que ainda andaria muitos quilômetros....

#2 O Festival. Assim que cheguei em Londres, minha hostess me indicou o Yplan, um aplicativo que mostra o que está acontecendo perto de você: passeios, atrações, bares, shows, etc. Baixei na mesma hora e já avistei um evento incrível: O Citadel Festival, onde tocariam Ben Howard (melô fofo) e uma banda que já gostava mas que me surpreendeu demais: Bombay Bicycle Club. Que sorte! Não poderia perder de jeito nenhum! No dia seguinte fui até a Brick Lane (sem saber que é um bairro super cool) para comprar meu ingresso. Só de entrar na Rough Trade é uma emoção à parte, mas ai já é assunto pra outro post.
E chegou o dia! Domingo, 12 de julho, o meu primeiro festival. O sol apareceu, eu combinei de me encontrar com a Ange, uma amiga querida que está morando em Londres e que por coincidência também ia no festival... And I couldn't be happier! Vestida de Le Atelier e botinhas, me encontrei com ela umas 17hrs e fomos de ônibus até o Victoria Park.
De novo, eu devia parecer uma criança de tão encantada com tudo aquilo. Bem cara de festival mesmo: amigos sentados no chão, meninas com os rostos pintados, todo mundo num estilo super cool, música boa rolando, chapéu mexicano e muito, mas muito amor! Tudo novidade pra mim.

Ange and I!
Lá nos encontramos com o casal de amigos da Ange e já tratamos de providenciar os chopes. Sentamos e relaxamos um pouco, andamos no Chapéu Mexicano e foi maravilhoso ver todo o parque girando sob meus pés. Me senti livre, num lugar tão incrível e com pessoas tão queridas que nem nos meus melhores sonhos poderia imaginar. 

Sunset at Citadel Festival
Aí começou o show do Bombay Bicycle Club e foi muito melhor que eu esperava! A vibe dos caras é foda, a música é super animada, indie rock com aquele toque de trompete e voz feminina (vindo de uma menina mega comum) tão especial que eu senti que tinha nascido para viver aquele momento.

De vela, tirando selfie com o chope.

Depois foi o show do Ben Howard, lindo, romântico... Me fez sentir ainda mais saudade do meu amor, e perceber que o dia só não foi perfeito porque faltava a minha metade... E nessa mistura de sentimentos, o que sobressaiu foi a gratidão, em poder vivenciar um momento tão mágico como esse!

Magic London!

#3 O primeiro dia de aula. Esse dia foi muito especial porque foi também o dia que visitei a exposição Savage Beauty, homenageando o estilista Alexander McQueen no Victoria & Albert Museum.
De ressaca e com a minha semi-profissional em mãos - que não valeu de nada pois era proibido tirar fotos- cheguei no horário marcado no meu tiket comprado há mais de um mês: 8:15. Estava caindo uma garoinha do lado de fora e eu nem imaginava a tempestade que me aguardava do lado de dentro.
Pois bem, já de cara, numa das primeiras salas a parede era toda revestida de um material imitando ossos... O que já bastou para me deixar animada... A música e as luzes me transportando aos poucos para a atmosfera criativa de McQueen. A exposição foi separada por temas, o que facilitou o entendimento da sua fonte de inspiração -os opostos- Selvageria e delicadeza, tecnologia e primitivo, sexualidade e religião, tudo posto em debate, formando poesia e redesenhando a silhueta feminina com a precisão de alfaiate.
Foto escondida, do famoso Armadillo Shoes.
Enquanto observava suas criações, bizarras e excitantes, ao mesmo tempo tentando congelar aquelas imagens, só conseguia pensar: O cara era foda e já criou tudo! Não restou mais nenhum tema que já não tenha sido explorado por ele. McQueen materializou os aspectos mais profundos da mente e corpo dos seres: carne, cabelos, pelos, ossos. E isso é tão inspirador quanto amedrontador... A criatividade realmente não tem limites... 

Mais uma foto escondida, so rebel!

Saí de lá muito antes do que gostaria, não resisti em comprar o livro da exposição e nesse momento de êxtase nem senti a falta da minha companheira câmera... Ainda com toda essa euforia e admiração à flor da pele, cheguei ofegante (e atrasada) no hall de entrada na Central Saint Martins, onde Alexander se formou e eu passaria as próximas duas semanas. 

Já tinha visitado o prédio há alguns dias e procurei a moça da recepção que me levou até a minha sala onde tinham mais ou menos 15 pessoas sentadas em volta de uma mesa grande. Após interromper o começo da aula, me apresentei e me juntei à turma para o curso curto "Fabric Awareness for Designers". A professora, uma senhora de cabelos brancos, médios, usando calça jeans larga e birken nos pés, me pareceu bastante séria e britânica. Aí, meu amigo, ela começou a falar... A primeira aula foi: loucura! Papéis, tesouras e amostras de tecidos para todos os lados... E o inglês britânico, no meu ponto de vista, é TOTALMENTE diferente do inglês americano. Me senti perdida e burra diversas vezes. Meu ouvido ainda não estava acostumado com aquele sotaque, help! Durante o almoço tentei trocar uma ideia com minhas colegas: travei, gaguejei, foi uó!

First class: wools.

E esse basicamente foi o primeiro dia de aula: muita novidade, pouco tempo para digerir e OPA! Correr pro Underground, pegar a linha azul de volta para o museu e torcer para reencontrar a minha linda máquina fotográfica que só podia estar em boas mãos, afinal, "I'm in London!"

sábado, 22 de agosto de 2015

Virei blogueira!

Hoje começo meu blog pessoal.
Roupa 0km.

Ok, pode chamar de blogue, virei blogueira.

Pois bem, hoje, no caminho de casa até o trabalho (menos de 5km) consegui visualizar claramente tudo que penso sobre essa nova fase que se inicia e o que gostaria de escrever aqui.
Seria um compilado de meus pensamentos, de onde vem minha inspiração (será que consigo?) e coisas que gosto. Arte, Moda, Cultura, Lazer. Letra maiúscula, obrigado.

Parece mesmo que nunca é tarde para se começar algo. Ufa! Lá vou eu!
Tantos pensamentos livres... começos e fins, idas e voltas, doces e amargos. Acredito que é desses opostos que vem o crescimento pessoal, espiritual e profissional; pelo menos o meu. O que caracteriza o crescimento? O fim de uma fase e o início da próxima? Quanto tempo dura uma fase? 1/4 de século, 3 anos, 1/3 de ano, um dia, uma piscada. O suficiente para mudar quem somos e nos transformar exatamente naquilo que já sabíamos ser. Aflorando aqui tudo que vi em forma de cor e vida, amadurecendo o fruto da sabedoria, para florescer naquilo que mais amo fazer: Vestidos de arte.


Para iniciar esse projeto, vou começar pelo tema: Londres. Isso, mesmo, ponto. Falarei sobre aspectos de Londres e o meu ponto de vista de cada um deles. Pessoas, lugares, momentos, cores, livros, artes, modas, e o que mais vier a minha cabeça. Lembre-se: Você não é obrigado a ler. Mas será muito bem-vindo a participar.